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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 

A quebra de paradigma na abordagem da IC tem demonstrado que o tratamento não farmacológico deixa de ser um simples
complemento da farmacoterapia, tornando-se parte integrante e indispensável da terapêutica desta complexa síndrome. A não
adoção destas medidas coloca em risco a eficácia do tratamento. A orientação nutricional tem fundamental importância no
tratamento de pacientes com IC, contribuindo para maior equilíbrio da doença, melhorando a capacidade funcional e a
qualidade de vida com impacto positivo na morbimortalidade . A intervenção nutricional deve ser realizada em duas etapas
distintas: diagnóstico nutricional e planejamento alimentar de forma clara e simples.


O excesso de substratos energéticos obtidos via dietas hipercalóricas ou nutricionalmente desequilibradas pode contribuir em
certas situações para o desenvolvimento e progressão da IC, através de mecanismos relacionados à glicotoxicidade e
lipotoxicidade.

 

Desta forma, como orientação geral indica-se: 28 kcal/kg de peso para pacientes com estado nutricional adequado e 32 kcal/kg de peso para pacientes nutricionalmente depletados,  sendo considerado o peso do paciente sem edemas.


Carboidratos:
De 50 a 55% da ingestão energética, priorizando os carboidratos integrais com baixa carga glicêmica, evitando os refinados
(açúcar), por agravar a resistência à insulina


Lipídeos
De 30 a 35%, com ênfase às gorduras mono e polinssaturadas, em especial aos ácidos graxos da série ômega- 3, e níveis
reduzidos de gorduras saturadas e trans .


Proteínas
De 15 a 20% do valor calórico total da dieta, priorizando as proteínas de alto valor biológico.


Sódio
De 2 a 3g/dia, principalmente nos estágios mais avançados da doença e na ausência de hiponatremia ou na dificuldade para
alimentação com baixo teor de sódio. Composições alternativas tais como sais de cloreto de potássio, amônia ou cálcio, podem
contribuir para a redução da ingestão sódica, contudo, com risco de elevação do potássio sérico particularmente na disfunção
renal concomitante e em uso de alguns fármacos poupadores de potássio.


Líquido
A restrição deve ser de acordo com a condição clínica do paciente e deve ser considerada a dose de diuréticos. Em média a
ingestão de líquidos sugerida é de 1.000 a 1.500 ml em pacientes sintomáticos com risco de hipervolemia.

 

Álcool
Há a necessidade de completa abstinência do álcool principalmente para pacientes com miocardiopatia alcoólica, por causar
depressão miocárdica e precipitar arritmias. Entretanto, quantidades limitadas diárias (20- 30ml de álcool em vinho tinto) em
pacientes estáveis, classes I-II, poderiam ser de benefício na presença de doença coronariana.

 

Suplemento nutricional
Indicado nos pacientes com baixa ingestão alimentar, má absorção de nutrientes, uso de medicamentos que alteram a síntese
ou que aumentam a excreção de nutrientes, e em estado de hipercatabolismo. Nos casos de anorexia, refeições pequenas e
freqüentes ou até a nutrição enteral provisória, podem contribuir para a meta calórica diária. Pacientes em uso de
anticoagulação oral com dicumarínicos devem evitar a variabilidade de ingestão alimentos ricos em vitamina K, a exemplo de
folhosos (alface, brócolis, couve, dentre outros).

 

Monitoramento do peso corporal
O paciente deverá ser instruído a verificar diariamente o seu peso. Redução acima de 6% em 6 meses, não planejada, pode
ser indicativa de caquexia cardíaca 8 assim como, o aumento repentino e inesperado de dois ou mais kilos em curto período (3
dias), pode indicar retenção hídrica. Embora recentemente dois relatos apontem a obesidade como fator de proteção na IC,
ainda há a necessidade de novas investigações para respaldar tal afirmação.

 

Vacinação
A presença de IC é uma condição de alto risco para infecções do trato respiratório, podendo levar à descompensação clínica,
tendo como conseqüência o aumento da morbimortalidade. Diante da necessidade preventiva, os pacientes devem receber
vacina contra Influenza (anualmente) e Pneumococcus (a cada cinco anos e a cada três anos em pacientes com IC avançada),
sobretudo nas localidades de grandes modificações climáticas entre as estações do ano (inverno mais rigoroso).

 

Tabagismo
O tabagismo aumenta o risco de doença cardiovascular total, assim como de infecção pulmonar. Portanto, os pacientes com IC
devem ser estimulados a suprimir o uso do tabaco - passivo e ativo - por meio de abordagem breve/mínima ou PAAP
(perguntar, avaliar, aconselhar e preparar), terapia cognitiva comportamental e suporte medicamentoso se necessário

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